Pernambuco
EXCLUSIVO! “ESTÃO FAZENDO POUCO CASO!” – PARENTES E AMIGOS DE GISLAINE DENUNCIA NEGLIGÊNCIA DA POLÍCIA APÓS 30 DIAS SEM RESPOSTAS

O desaparecimento de Gislaine Gomes de Lima, de 19 anos, em Santa Maria da Boa Vista, completa 30 dias sem respostas concretas. A família da jovem, mãe de dois filhos, um de 08 meses Antony, e outro de 03 anos Gael, angustiada e sem informações oficiais, relata negligência por parte das autoridades e pede mais empenho na investigação.
Ela havia participado de um evento esportivo na comunidade quando três homens armados e encapuzados a levaram à força. Testemunhas relataram que os sequestradores estavam em um carro branco e efetuaram disparos para o alto antes de fugirem com a vítima.
Em entrevista EXCLUSIVA ao Salgueiro Online uma pessoa próxima de Gislaine, expôs a dor da espera e cobra justiça.

Gislaine, Gael e Antony
Leia a entrevista completa a seguir:
Como era a vida de Gislaine antes do desaparecimento? Ela tinha alguma rotina específica?
A sua rotina era apenas cuidar dos seus filhos. Gostava de ir em Curaçá às vezes e também gostava de assistir a campeonatos, assim como estava no dia do sequestro.
Era campeonato de que?
Futebol.
Onde ela mora e onde ocorreu o sequestro?
Ela mora onde aconteceu o sequestro.
Qual a localidade?
Santa Maria da Boa Vista, no Assentamento Safra.
Vocês poderiam nos contar um pouco sobre a personalidade dela?
Era uma menina com personalidade bem forte, mas também com um coração imenso e não media esforços para ajudar quem estava ao seu redor.
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O Dia do Sequestro
O que vocês sabem sobre o dia em que ela foi levada? Onde ela estava e com quem?
No dia que foi levada, estava em um evento esportivo localizado na entrada do assentamento. No dia, estava com seus amigos. Não sabemos os nomes desses amigos, pois eram muitos e estava rodeada de pessoas.
Houve algum sinal estranho nos dias anteriores ao sequestro? Ela comentou algo que possa ter ligação com o ocorrido?
Não, ela não comentou nada. Era uma pessoa que não gostava de preocupar ninguém com seus problemas, então não temos essa informação.
E se falou para alguma amiga, até hoje nenhuma falou nada sobre?
Sim, até hoje nenhuma falou nada.
Quando e como vocês perceberam que algo estava errado?
Os dias com ela estavam normais.
Qual foi a primeira atitude da família ao perceber o desaparecimento?
O desespero tomou conta. De primeiro momento, não tivemos a iniciativa de contatar a polícia, só depois de umas duas horas mais ou menos. Como o ocorrido aconteceu em meio a umas 100 pessoas que estavam no local e como aconteceu, ficamos bastante assustados.
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Buscas e Investigações
Como foi o primeiro contato com as autoridades? A polícia agiu rápido?
No primeiro contato, eles falaram que só começariam as buscas depois de 48 horas. Quando entramos em contato depois desse tempo, eles não agiram como era para agir.
A família foi procurada em algum momento pela polícia ou outras autoridades desde o início do caso?
Só no dia do ocorrido e para prestar o boletim. Depois disso, não mais. Nem fazem ronda na rua nem na porta de casa.
Como vocês souberam sobre o andamento da investigação até agora? Foi por meios próprios ou terceiros?
Por meios terceiros. Tivemos que pedir para um familiar entrar em contato e pedir informações.
Houve alguma atualização oficial sobre o caso ou vocês ainda estão no escuro?
Estamos no escuro, somente com o “estamos investigando em sigilo”.
Algum investigador chegou a entrar em contato para coletar informações com a família?
Não, somente os repórteres.
Vocês conseguiram acessar o inquérito ou saber se há avanços concretos na investigação?
Não acessamos informações.
A polícia chegou a buscar imagens de câmeras de segurança ou fazer perícias em locais suspeitos?
Sim, mas teve um dos locais que pediram as câmeras e o dono do estabelecimento não deu e disse à família que estava viajando. Em um dos locais que entregaram as câmeras, o farol estava de frente para a câmera.
A família contratou algum advogado particular para acompanhar o caso?
Não, não contratamos.
Vocês acreditam que há negligência ou falta de empenho por parte das autoridades?
Sim, acreditamos, pois vemos que estão fazendo pouco caso.
Em algum momento a polícia deu alguma justificativa para a falta de contato com a família?
Não, nenhuma.
O que vocês esperam que as autoridades façam agora, depois de 30 dias sem notícias?
Esperamos que as autoridades deem mais visibilidade ao caso e se esforcem mais para nos dar uma resposta, pois estão fazendo muito pouco caso. Esperamos que nos deem notícias do caso, pois não tem como não ter informações depois de 30 dias.
Vocês têm recebido apoio de alguma instituição ou organização que ajude em casos de desaparecimento?
Não, nenhuma.
Houve alguma mobilização para pressionar as autoridades, como manifestações ou abaixo-assinados?
Não. A mobilização que teve foi dos blogs locais, de uma deputada federal (Gleide Ângelo) e da família apenas.
O que vocês sentem ao ver a falta de comunicação por parte das autoridades?
Ficamos tristes, pois a polícia era quem deveria dar suporte para encontrar ela. Sentimos que estamos sós nessa luta por respostas.
Se pudessem falar diretamente com o delegado responsável pelo caso, o que gostariam de perguntar?
Gostaríamos de saber por que não estão e não fizeram tanto caso assim dessa situação, pois ela é um ser humano também. Uma mãe de família, e principalmente, tem uma família que a ama e espera por ela.
Qual seria a mensagem da família para as autoridades responsáveis pela investigação?
Suplicamos que façam uma busca, porque não houve em nenhum momento. Que busquem por ela, pois já se passou um mês. Estamos destruídos, sem nenhuma resposta, sem nenhuma notícia.
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A Dor da Espera
Como tem sido esses 30 dias para a família?
Dias e noites de muita tristeza, muita angústia sem notícias, sem saber onde ela pode estar. 30 dias de desespero, mas com o coração cheio de esperança de que ela possa voltar para casa, para seus filhos e sua família.
Como está a mãe/pai/filhos de Gislaine emocionalmente?
A mãe está desesperada, chora todos os dias. O filho de 3 anos pergunta diariamente pela mãe, e o de 8 meses está sob os cuidados da família materna.
O que tem dado forças para vocês continuarem firmes nessa luta?
Somos uma família religiosa. O que nos dá força nesse momento são os filhos dela. Temos esperança de que ela vai voltar para casa, bem e salva.
Como tem sido o apoio da comunidade e de amigos?
A família conta com apoio de amigos próximos.
A comunidade não engajou com o caso?
Apenas a família e amigos próximos.
Vocês acreditam que a mídia tem dado a devida atenção ao caso?
Agradecemos de coração. Alguns blogs nos ajudaram muito, deram bastante atenção e visibilidade ao caso.
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Apelo por Justiça
O que a família espera das investigações daqui para frente?
Esperamos mais atenção da polícia. Que trabalhem para nos dar uma resposta positiva, seja qual for.
Se pudessem falar diretamente com quem levou Gislaine, o que diriam?
Suplicamos que a devolvam. Só queremos ela de volta.
Como a população poderia ajudar na busca por respostas?
A população poderia ajudar divulgando mais.
Por fim a família agradece pela atenção e pede a todos que continuem compartilhando e cobrando respostas.
COM EXCLUSIVIDADE da Redação do Salgueiro Online